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Atualizado: 9 de fev. de 2024

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Este blog tem a finalidade de compartilhar com o público o processo de pesquisa, assim como os encaminhamentos para a publicação das obras Mulhers que me habitam e Eu Tu Elas..


Aqui, será postado, com certa frequência, comentários sobre as bibliografias utilizadas, pesquisa de campo, opiniões de pesquisadoras sobre o tema, e ainda, percepções e encaminhamentos de como a dramaturgia, a literatura e a arte dimensionam artística e poeticamente temas tão complexos.


Por que escrever sobre violência doméstica?

Tenho percebido ao longo dos anos que falar sobre mulheres tem sido uma prática desde quando comecei minha carreira como dramaturga. Meu primeiro trabalho solo, "Monólogo de uma esposa", criava uma tentativa de diálogo com as mulheres a fim de apostar numa relação de felicidade subjetiva que partia de si, abordava questões - hoje um tanto equivocadas sobre o meu ponto de vista - mas que dentro de certa inocência e ingenuidade chamava as mulheres para olharem pra si.


Num outro trabalho solo apresentava Anita Malfatti, pintora brasileira, que aos dezenove anos partiu sozinha para a Europa para estudar pintura. Uma mulher frágil, com uma deficiência física dede a infância e que enfrentou todos os desafios para se tornar o que desejava.


Em 2012, mergulhei numa pesquisa sobre as mulheres do Jequitinhonha, norte de Minas Gerais e junto a um coletivo mineiro apresentamos "Essas Mulheres", uma narrativa sobre mulheres em constante luta, para sobreviverem dentro de uma estrutura completamente descompensada e desfavorável.


Partindo desta reflexão sobre este e outros trabalhos que compõe a minha trajetória deparo-me em todos eles com a figura da mulher em constante busca de superação e desejo de quebrar as estruturas que regem sua condição de existência desde sempre.

Minha história pessoal define a minha trajetória profissional

“sou bisneta de um feminicídio"

As mulheres da minha família são marcadas pela violência doméstica, mas esta história deixarei para detalhar numa próxima postagem. Minha ancestralidade foi constituída por sangue, com marcas de dor e sofrimento e desta forma, penso que minha trajetória falando sobre mulheres, encontrando maneiras de usar a ferramenta da dramaturgia e do teatro para abrir um diálogo de empoderamento às mulheres, nunca foi um acaso. Sem romantizar a história das mulheres da minha família, pois são histórias reais de dor e morte, penso que tenho um compromisso com as mulheres que vieram antes de mim, um compromisso de quebrar as estruturas de violência que até então se constituíram e foram se naturalizando pelo silenciamento, pela submissão e pelo medo.


Hoje, entendo que nunca foi pelo acaso ou puramente artístico, mas sempre foi latente em mim dar voz a elas, tornar o meu processo político-artístico-social numa ferramenta de denúncia, acollhimento e empoderamento de mulheres, que assim como eu carregam em si o sangue de uma violência perpetuada por várias gerações.



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Eu sou Claudia Jordão, autora dos livros "Mulheres que me habitam" e "EU TU ELAS", ambos publicados pela Alpharrabio Edições.

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© 2021 por mulheresquemehabitam. Claudia Jordão

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